sábado, 26 de abril de 2008

Estimando Prazos para o projeto

Um cuidado que devemos ter é ao estimar prazos ou ao pedir que o façam é que temos que ter em mente que estimativas são aproximações e não uma medida precisa. Esta consciência deve ser tanto da equipe de projeto quanto dos clientes.
Mesmo sabendo que os prazos num projeto são aproximados é natural que as pessoas ao serem indagadas para fornecer tempo para execução de uma tarefa embutam neles uma margem de segurança, uma vez que temos intrinsecamente a idéia de que isto gera um compromisso. Agora imagine que cada pessoa dentro da hierarquia de uma equipe de projeto coloque sua margem de segurança. Tomemos como exemplo uma equipe apenas com dois níveis, desenvolvedores e gerente. O desenvolvedor acha que pode terminar a tarefa em 10h mas, por "segurança" passa para o gerente que deve levar umas 13 h este por sua vez no momento de elaborar o cronograma coloca a tarefa com duração de 15 h. Só aí temos um acréscimo de 50% no tempo da tarefa.
Por esse ponto de vista a maior parte das tarefas de um projeto deveriam terminar ou antes ou muito próxima do prazo. Mas isnto não é o que acontece na maiora dos casos.
Isto ocorre segundo a lei de Parkinson que diz que o trabalho se expande para preencher todo o seu tempo disponível para ser concluído.

Como Evitar?

A técnica do XP de ter o cliente sempre disponível nos ajudou a resolver o primeiro problema, que era fazer o cliente enxergar estimativa como algo aproximado. É claro que não basta ter apenas o cliente por perto, e sim de construir um relacionamento de confiança. Quando uma atividade atrasava o cliente era informado (detalhadamente) através de reuniões periódicas.
Da mesma maneira, evitar a "gordura extra" depende de um bom relacionaemento com a equipe de desenvolvimento. Os desenvolvedores precisam ter tempo razoável para realizar as estimativas e precisam saber que o gerente não os irá "chicotear"caso uma estimativa dada não se confirme. Em todos os nossos encontros para estimar prazos gostava sempre de enfatizar que me passassem o prazo real. É claro que sempre comparava os tempos estimados anteriormente para tarefas semelhantes com os tempos passados para a nova tarefa.
Em resumos os princípios de nossa forma de estimar prazos foram:

  • Construir confiança do cliente;
  • conscientizar que estimativas são aproximações minimizando as gordurinhas nos prazos;
  • sempre fazer a comparação com estimativas anteriores
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9 comentários:

Robes disse...

Oi Carlos!
Muito bacana seu Blog!
Sobre a questão de estimativas de prazo, recomendo o livro Corrente Crítica do Goldratt, é sobre a Teoria das Restrições aplicada ao Gerenciamento de Projetos, o livro é em formato de romance, excelente leitura.
Gostei também do post sobre "O que o Gerente produz", acho que todos passamos por esse dilema, suas observações foram super-pertinentes, focar nas pessoas e no clima da equipe é o segredo, isso tem um valor enorme, estou me desligando da minha atual empresa, partindo para um novo desafio e com a minha saída estou conseguindo enxergar o impacto que a equipe sofre com a saída de um bom líder.
Também tenho um blog, porém não é focado apenas em T.I.: http:robesbaima.blogspot.com

Um abraço.

Robes Baima Amarante

Anônimo disse...

Acredito que essa é umas das tarefas mais difíceis, principalmente quando não conhecemos muito bem o potencial da equipe.
Acredito que estimar prazo é bem mais difícil quando você precisa dizer um prazo... Essa pergunta me parece como um desafio, pois quem vai desenvolver a tarefa precisa conhecer seu potencial e analisar como pode alcançar o objetivo em menor tempo para responder quanto tempo leva para desenvolvê-la.
Fazer comparações com resultados anteriores é uma boa forma para tentar calcular quanto tempo a próxima tarefa irá levar.
Será que podemos esperar um post futuro sobre Gerência de Configuração??
Abraços...

Unknown disse...

Achei interessante o post, mas novamente me surge dúvidas:

1) Como um gerente iniciante deve estimar um prazo? Baseado em que? No tempo em que levava quando era desenvolvedor?

2) É recomendável permitir que o desenvolvedor estipule o prazo? Em minha opinião, acredito que isso fique a cargo do gerente. Certo?

Abraços.

Carlos Henrique disse...

Bem Fernando,

Vamos às dúvidas:
1) Independente de ser ou não um gerente novo existem várias formas de estimar um prazo até porque, mesmo sendo um projeto de Ti, o projeto pode ter atividades de natureza bastante variadas (adiquirir equipamentos, desenvolver o Software, fazer pesquisa de mercado, etc). O que quero deixar claro é que de acordo com o tipo da atividade poderemos empregar uma ou outra técnica para estimar prazo.

2) Com relação a quem deve estimar o prazo é importante que se tenha em mente uma coisa: O GERENTE é o responsável pela elaboração de prazos. No entanto, isto não significa que tenha ele próprio que descobrir quando tempo demorará uma determinada tarefa. Ou seja, o gerente pode sim realizar um cálculo de ponto de função para estimar tempo para desenvolver uma funcionalidade, no entanto poderá delegar isto para o Analista e assim por diante.

Espero que ajude

Carlos Henrique disse...

Oi Juarez,

Poderemos sim falar de gerência de configuração. Vamos aguardar um pouco mais :)

Helson Costa disse...

Olá Carlos, tudo bem?
Que blog rico em conteúdo e explicações esse seu, muito bom!
A Gerência de Projetos ainda é um assunto que tem muito a ser explorado, entendido e, principalmente, difundido, pois, além de ser extremamente intenso é também estimulante!
Tenho um blog sobre Gerência de Projetos também, o Blog da Gerência Prática, http://gerenciapratica.blogspot.com, vc será bem-vindo!

Abraço.

Juarez P. A. Filho disse...

Opa Carlos,
Eu tinha uma dúvida, mas acabei esquecendo de colocar por aqui.
Quando estimamos um prazo, e até pedimos a opinião do desenvolvedor, mas este não cumpre o prazo estimado e não dá uma explicação plausível.
Como proceder nesse momento?
Grato!!

Marcos, O Coração valente disse...

tambem penso em seguir carreira como Gerente de TI.

Eu ainda estou mt confuso em que escolher, pq de acordo com um bom profissional q desejo ser. Eu quero também ter tempo para os meus hobbies, viajar, desenhar e pintar, tocar instrumentos musicais e etc.
tenho medo de entrar nessa e me tornar alienado e sem tempo a ponto de perder minha dignidade não fazendo essas pequenas coisas que amo.

ficaria grato muito se voçê me aconselha-se

Marcos, O Coração valente disse...
Este comentário foi removido pelo autor.