Quando estamos na área de produção de software muito ouvimos falar sobre padronização, automatismos, métricas, etc. Além disso, vários de nossos cursos (computação em geral) estão ligados a área de exatas. No entanto, o que poucos consideram é o lado humano da produção de software, ou seja, o lado da não exatidão, o lado que ainda não dá pra ser automatizado. Por isso e por um comentário feito neste blog é que decidi falar um pouco sobre relacionamento do gerente com a sua equipe.
Desde que aprendemos a viver em sociedade que nos deparamos com problemas de relacionamento. Num projeto de software estes problemas podem ser uma fonte de dor de cabeça para o gerente e aos poucos ir minando o projeto, pois apesar de toda técnica aprendida pelos membros do time estamos sempre sujeitos as "variações de humor" e desentendimentos, pois pessoas não são autômatos, pessoas possuem famílias, problemas das mais variadas naturezas. O gerente que desconsidera isto empurra a poeira pra debaixo do tapete e um belo dia a casa pode vir abaixo. Não adianta fechar os olhos para alguns problemas pessoais de sua equipe. Isto mesmo, apesar de serem problemas pessoais, muitos deles acabam interferindo no andamento dos trabalhos.
Vou repetir aqui o que um amigo postou aqui no blog: " O gerente tem que ser meio psicólogo, meio terapeuta...". Acredito firmemente nesta afirmativa.
Como minimizar
Ao invés de evitar, decidi usar o termo minimizar, pois acredito que problemas desta natureza sempre ocorrerão.
Em primeiro lugar o gerente deve conhecer bem sua equipe, suas habilidades, experiência profissional e (é aqui que entra o lado do psicólogo rsrs) suas dificuldades (sejam elas quais forem). É preciso conhecer as habilidades para que se possa distribuir melhor as atividades, saber com quem podemos contar em determinadas situações. O mesmo se aplica a experiência profissional.
Com relação ao lado pessoal, é recomendável que o gerente, sempre que puder, estreite os laços com os membros de sua equipe. Não falo isso pura e simplesmente porque precisamos terminar o projeto, e sim por ser muito mais prazerozo o trabalho realizado entre amigos. Além do que, o fato da equipe se relacionar bem com o gerente é facilitador direto da tarefa de FeedBack.
Reserve um tempo para escutar seus problemas pessoais, as questões que os afligem, preocupe-se verdadeiramente com cada um com suas particularidades.
Constantes Feedback- Além de passar feedback para a equipe é essencial que o gerente permita que os membros da equipe o forneçam também. Considero este último ainda mais importante. Ao passar feedback seja educado e o faça sempre de forma construtiva. Por exemplo, nunca diga: "você está errado" e "sim você poderia fazer melhor o que está fazendo se o fizesse assim...." é claro que a forma de abordar cada pessoa varia de acordo com o perfil de cada membro da equipe. Alguns aceitam críticas mais abertas, já com outros o cuidado com as palavras deve ser redobrado.
Evolução da sua equipe- Preocupe-se sempre com o crescimento de sua equipe, afinal de contas TI é uma área em constante mudança. Além do mais, os profissionais dessa área gostam de estar sempre evoluindo. Mesmo com cronogramas sempre apertados, reserve um tempo para melhoria. A sensação de estar evoluindo é, na minha opinião, uma das melhores coisas num trabalho.
Saber realmente o que sua equipe está fazendo é muito importante, não é necessário saber fazer tudo mas o quanto mais você souber sobre as atividades de seu time melhor será a comunicação e por conseqüência o relacionamento com a equipe.
Lembrar que mesmo contando com diferentes pessoas numa equipe a homogeneidade deve ser buscada a todo o tempo. Talvez homogeneidade não seja a melhor palavra e sim a consciência de equipe, espírito de equipe, etc. É importante saber tomar proveito das desigualdades e promover a união, desenvolver a idéia de que á equipe deve funcionar como um todo.
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sábado, 3 de maio de 2008
O gerente e sua equipe
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3 comentários:
Ótimo post, acredito que as relações entre os membros da equipe podem influenciar em muitas tarefas e na própria evolução do Projeto.
Na faculdade apresentei um trabalho sobre comunicação e essa é umas das peças chaves com certeza numa boa liderança e até mesmo no relacionamento entre os membros da equipe de maneira geral.
Tratar as particularidades de cada um não é uma tarefa fácil e ainda mais quando algum dos membros tenta interferir em assuntos que não deveria. Aliás essa é uma pergunta que tenho, não sei ao certo como abordar esse tipo de situação onde um membro da equipe resolve dar uma de Gerente por um dia, alguma recomendação??
Feedbacks são muito importantes e depois de ter lido o post percebi que não estava dando a devida importância para esse assunto, portanto já coloquei no meu RTM um lembrete. =)
Sobre evolução da equipe acredito que tirar algumas horas específicas para tentar fazer com que todos evoluam é muito interessante, gostei da iniciativa quando foi implementada lá no trabalho, mas o problema é manter essa prática, principalmente argumentar com Diretores e/ou Alta Gerência que sempre estão querendo ver produtividade máxima em prazos altamente curtos.
Acredito que o incentivo a leitura é um ótimo começo, mas acredito mais ainda que o interesse maior deve ser de cada um.
Então é isso... Vamos todos fazer um curso intensivo de psicologia. =)
Com certeza a maior parte de tempo de um gerente está intimamente ligado ás relaçoes interpessoais.
Como uma lição de Sun Tzu, para ganhar uma batalha, o general pelo menos tem que conhecer seu exercito, para que saiba suas forças e fraquezas.
Assim, funciona com uma equipe, que vc precisa saber mesclar os diversos perfis para que se complementem e não se anulem.
Ótimo texto.
Abraços
Jefferson
O grande problema dos analistas de sistemas (ou dos técnicos em geral) que são convertidos em gerentes, é que nós não somos preparados para tratar dos relacionamentos humanos. A nossa formação é toda voltada para tratar de questões técnicas. E, justamente por negligenciar o fator humano, é que muitas vezes vemos excelentes técnicos se convertendo em péssimos gerentes. As escolas e as empresas precisam se preocupar mais com esta questão, mas, a preocupação principal tem que ser do próprio profissional em se preparar para avançar na carreira.
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